2018-2019 - FIM DE ANO EM MARRAQUEXE

Nós fizemos a nossa escolha e fomos a Marraquexe.
Marraquexe foi fundada por volta de 1070 pelos Almorávidas, e logo tornou-se um importante centro cultural, económico e político do mundo islâmico, abrangendo todo o norte da África. É conhecida como a cidade vermelha pela cor de suas construções. Dizem que o tom terracota veio para reduzir a propagação da luz solar, já que a cidade está mais ou menos próxima do deserto do Saara.
Se a alma de Marraquexe é a medina, a Praça Jemaa El-Fnaa dentro da medina, é o seu coração. É Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO desde 2008 e será sempre um ponto de partida perfeito para um roteiro a visitar Marraquexe. É nesta praça que se desenrola a vida pública de Marraquexe, tanto de dia como de noite. Djemaa el-Fnaa significa algo como “assembleia dos mortos”. Dizem que ali era o local de execução de criminosos. Ali também era o local onde os antigos comerciantes chegavam com suas caravanas para comercializar suas mercadorias. Uma tradição que dura até hoje.De dia a praça é um espaço aberto para os artistas:
Musica, jogos, pontos de venda de especiarias, frutas frescas e secas...
e uma oportunidade para ver um encantador de cobras ou mesmo
Ao cair da noite, a praça ganha uma outra vida. Iluminada, super intensa, a mistura de aromas e cores, é um verdadeiro bombardeio aos nossos sentidos. As barraquinhas de comida montadas na praça, fazem-na parecer um verdadeiro festival gastronómico, para todos os tipos, principalmente os exóticos! Especiarias, frutas diversicadas, vendedores ambulantes de "marroquinaria", essencias, etc. etc. etc, - um lugar onde se cruzam turistas de todo o mundo com os habitantes locais.
Em volta da praça Jemaa El-Fnaa há vários cafés com terraços onde se pode observar a movimentação e degustar um saboroso chá de menta, um gelado ou outra bebida que não seja alcoólica.
É um dos lugares favoritos para quem queira desfrutar de ótima vista com música ao vivo e tirar boas fotografias.
Construído pelo grão-vizir Si Moussa no século XIX, o Bahia Palace foi posteriormente ampliado e embelezado pelo seu filho e sucessor Abu 'Bou' Ahmed. Este grande edifício tem 150 quartos e um harém. Após a morte de Bou Ahmed, o palácio foi saqueado e todos os objectos de valor foram levados. Quando Marrocos se tornou independente de França, o palácio passou a ser a residência do rei Hassan II, que confiou a sua gestão ao Ministério da Cultura marroquino. Hoje, o Bahia Palace é um ícone cultural e uma atração turística popular.
E às refeições havia sempre animação
Aproveitámos o máximo do tempo livre e fomos e fomos ver o MUSEU YVES SAINT LAURENT e OS JARDINS MARJORELLE
O belíssimo jardim foi criado pelo pintor francês Jacques Majorelle para ser um oásis azul de natureza exótica, na cidade cor-de-rosa, num estilo que combinam o Art Déco com o Estilo Mouro - uma área de quatro hectares de jardins com 60 variedades de cactos, palmeiras, coqueiros, salgueiros-chorões, arbustos de jasmim, buganvílias e centenas de outras espécies.
Após a morte de Jacques Majorelle, o jardim ficou muitos anos abandonado até ser comprado por Yves Saint Laurent e Pierre Bergé na década de 1980. Eles restauraram a propriedade, ampliaram os jardins, trazendo plantas do mundo todo, inclusive do Brasil. Abriga mais de 3000 espécies botânicas, muitas são raras e exóticas.
Graças à intervenção do estilista, os Jardins Majorelle ganharam a sua merecida fama e atraem atualmente milhares de turistas.
e... um memorial onde estão enterradas as cinzas do estilista Yves Saint Lauren.
No espaço do Jardim Majorelle há ainda uma loja, com acessórios e roupas de estilistas, uma livraria, um café-restaurante, uma galeria de arte ,
o Museu Pierre Bergé das Artes Berbéres, onde estão expostas obras recolhidas da coleção de Yves Saint Laurent e de Pierre Bergé e peças etnográficas, que explicam a história e a cultura do povo berbere
Voltámos de "Charrete" apreciando e fotografando a modernidade da cidade.
O passeio de "charrete" deixou-nos próximos da MESQUITA KOUTOUBIA - construído pelos almóadas - a mesquita mais importante de Marraquexe, uma das maiores do mundo islâmico quando terminou de ser construída, no ano de 1158.
E a vista é fantástica para a Praça Djema el-Fnaa onde os muito mercadores, as "charretes", as apresentações artísticas (contadores de histórias, músicos e artistas) e os incontornáveis "souvenirs" estendem-se à nossa mão.
Os SOUKS palavra árabe para mercados, são outra explosão de sons, cores e cheiros. Desde a famosa Praça Jemaa el-Fnaa até à Madrassa Ben Youssef, cobertos por toldos de canas, há um incrível labirinto caótico de mercados. Num autêntico despertar dos sentidos, os souks de Marraquexe ainda hoje se mantêm autênticos e merecem uma visita demorada para explorar uma das zonas mais carismáticas da cidade antiga.Outrora organizados segundo os ofícios/produtos comercializados;
-O Souk Chouari, onde são comercializados cestos e afins.
-O Souk Kchacha, para compra de frutos e legumes secos.
-O Souk Zrabia, ideal para quem quer comprar um tapete.
-O Souk Smata Para quem procura sandálias e chinelos.
-O Souk do antigo bairro judeu, em Mellah, dedicado a especiarias.
-O Souk Kumakhine, dominado pelos instrumentos musicais.
-O Souk Siyyaghin, onde tudo gira à volta da joelheria.
Hoje, podemos encontrar ateliers de artesãos de couro, cestos, metais, roupas e sapatos pelos inúmeros bazares e lojas espalhadas em todos os principais Souks de Marraquexe.
É impossível pensar em Marrocos e não pensar em mercados (souks), com artesanato incrível, vendedores insistentes e muita paciência para negociar, pois aqui tudo se negoceia, tudo se regateia: tecidos, sapatos, espelhos, candeeiros, cerâmica e joias tradicionais, por vezes com grande encenação, pois o drama faz parte do negócio - e o que cai mal a um venderdor, é não se negociar -
A medina de Marraquexe, em si mesma, parece um Souk interminável. Ruas e mais ruas, entrelaçadas de forma semi-labiríntica, estão repletas de bancas de venda e ruas apinhadas de gente onde, os cheiros das especiarias, misturados com os cheiros das peles, juntam-se a um mundo de cores, fazendo explodir os nossos sentidos.
Ah! e o caótico mundo do transito local?
Apesar da maioria das ruas da Medina serem pedonais, na prática apenas significa que não circulam lá os carros, pois os burros, as carroças, as bicicletas e as motas circulam por todo o lado, estas últimas a altas velocidades e muitas vezes a escassos cms de nós Upst!!!
Talvez que esta movimentação caótica pelas estreitas ruas e ruelas seja um "CAOS ORGANIZADO" pois vimos "O" de atropelamentos.
Nos labirinticos "Souks" encontram-se cafés ou bares com terraços abertos onde admiralvelmente bem instalados, lá do alto, pode-se ver a efervescência da vida desta cidade.
E aí ficámos até ao anoitecer, vendo a silhoeta da Mesquita Koutoubia recortar-se no céu.
Com uma história milenar, Marraquexe é um concentrado da história marroquina, uma mistura de influências que se combinam em todos os momentos, um mosaico de cores onde as maravilhas do passado e do presente são delineadas.
Assim o sentimos quando vititámos o lago artificial dos JARDINS de MENARA, um dos jardins mais antigos do Ocidente muçulmano. Autores antigos atribuem seu primeiro desenvolvimento ao sultão almóada 'Abd al-Mu'min ibn 'Alî (1130-1163). O lago artificial tem como função irrigar os jardins, hortas, pomares e oliveiras que o rodeiam, usando um sofisticado sistema de canais subterrâneos chamados "qanat".
Um outro tesouro ligado à cidade de Marraquexe é o gigantesco PALÁCIO EL- BADI, que fomos conhecer.
Foi construído no final do século XVI pelo pelo sultão saadiano Amade Almançor pouco depois de ter subido ao trono em 1578, para comemorar a derrota dos portugueses na Batalha de Alcácer-Quibir. A construção foi em grande parte financiada pelo avultado resgate pago pelos portugueses depois daquela batalha.
Após a queda dos saadianos e da ascensão da dinastia alauita, o palácio entrou rapidamente em decadência.
Tambem estivemos nos TÚMULOS SAADIANOS - a designação de um mausoléu coletivo em Marraquexe onde estão sepultados cerca de 60 membros da dinastia saadiana, que reinou em Marrocos nos séculos XVI e XVI
E veio a noite da passagem de ano 2019/2010
Percorremos o vale atravessado pelo rio Ourika, visitámos algumas lojas de vendas locais (mantas ou perfumes) passámos por pomares, por vilas rurais, pomares ondulados, paisagens alpinas e algumas aldeias montanhosas cujos habitantes são de origem berbere, e ficámos a conhecer algumas das suas casas.
A CAMINHO - Numa casa de tapetes
FABRICO ARTESANAL DE ÓLEOS E ESSENCIAS (Cooperativa de Mulheres)
para onde se parte para as CASCATAS.

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